sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Canal Forças de Operações Especiais


terça-feira, 30 de agosto de 2016

A simbologia do " Gorro Preto" para as forças Especiais do Exército Brasileiro


Texto elaborado por Rodney Alfredo Pinto Lisboa.
Figura 1: Operador do 1º BFEsp participa de adestramento de tiro com os quadros operacionais do 3º Batalhão do 7º SFG-A (Special Forces Group-Airborne) do Exército dos EUA em Fort Bragg, Carolina do Norte. (Fonte: Acervo do COpEsp). 
A palavra “simbologia” é empregada em referência ao estudo ou interpretação dos símbolos, que, como elemento essencial para a comunicação entre as pessoas, constitui representação (tridimensional, gráfica, sonora ou gestual) de uma ideia abstrata. 
Nas relações pessoais e/ou institucionais, habitualmente, os símbolos, como representação de temores e aspirações, são utilizados de modo a promoverem a integração de diferentes grupos sociais, contribuindo substancialmente para atribuir-lhes uma identidade social que orienta os modos de pensar e agir de seus componentes.
Especificamente no que se refere aos grupos profissionais, os símbolos constituem representações peculiares à atividade por eles desempenhada. Por sua vez, as representações simbólicas características da sociedade militar estão diretamente relacionadas a um ethos institucional alicerçado no binômio hierarquia e disciplina.
Para as OpEsp do EB (Exército Brasileiro), o simbolismo inerente ao “gorro preto” evoca o apego às tradições, a reverência à camaradagem, o orgulho de pertencer ao seleto grupo de indivíduos, que após serem testados e aprovados nos limites da obstinação e resistência, passaram a integrar as unidades de elite da Força Terrestre (1º BAC [1º Batalhão de Ação de Comandos] e o 1º BFEsp [1ºBatalhão de Forças Especiais]). Para efeito de esclarecimento, é pertinente salientar que o gorro preto traz em suas laterais direita e esquerda os distintivos das Forças Especiais e da Ação de Comandos, respectivamente.
Fotografia 2: Caçadores e spotters das FOpEsp do Exército Brasileiro, integrantes da Força-Tarefa que participou do esquema de segurança do presidente Barack Obama (em visita oficial ao Brasil), durante evento de apresentação para a imprensa realizado em 2011 na capital federal. (Fonte: Disponível em: https://cryptome.org/info/obama-protect41/obama-protect41.htm Acesso em: 22 jun. 2016).
A deferência para com o gorro preto teve origem no final da década de 1950 (período que baliza o início das OpEsp no EB), quando o Núcleo da Divisão Aeroterrestre (atual Brigada de Infantaria Paraquedista), organização responsável por conduzir o Curso de Operações Especiais, buscava criar referências cuja caracterização promovesse vínculos de pertencimento que arraigasse um vigoroso espírito de corpo em seus integrantes. A adoção do gorro bico de pato, assim como outros itens do fardamento (padrão de camuflagem; botas de combate; camisa branca com o nome do usuário no peito), representou uma mudança de hábitos e comportamentos em favor do comprometimento para com a tropa. Nesse contexto, foi atribuída uma cor específica para cada uma das especialidades aeroterrestres (amarelo para os dobradores de paraquedas e vermelho para os precursores paraquedistas).  Após se depararem com uma breve resistência em relação a cor sugerida para o contingente das Operações Especiais, os quadros operacionais dessa atividade passaram a ostentar a cor preta em sua cobertura, referência às ações noturnas que a caracterizam. 
Para ilustrar a relação de profundo respeito que os ElmOpEsp do EB nutrem para com o gorro preto, torno público o testemunho que me foi dado por um amigo FE, a quem atribuirei o codinome Queiróz. No período em que servia junto à Força 3 (3ª Companhia de Forças Especiais [subordinada ao Comando Militar da Amazônia]) cumprindo missão de repressão a crime ambiental na fronteira do Brasil com o Peru, Queiróz sofreu um acidente por ocasião da queda de uma árvore arrancada devido ao empuxo do rotor de um helicóptero Blackhawk, pairado no ar enquanto os operadores executavam a técnica de rapel conhecida por Desembarque Aerotático (Fast Rope). A queda da árvore provocou um grave ferimento na cabeça, chegando a lesionar uma vértebra. Trasladado para o hospital, enquanto se recuperava das severas lesões sofridas, por exigência sua, o gorro preto permaneceu sempre ao seu lado. Queiróz também me confidenciou que ao servirem no Haiti sob a égide da ONU (Organização das Nações Unidas), assim como ocorre com contingentes militares de outras nacionalidades que operam respondendo à autoridade desse órgão intergovernamental, os militares brasileiros tiveram que trajar a cobertura azul característica da entidade. Contudo, mesmo tendo que usar cobertura de outra cor por dever de ofício, o gorro preto sempre o acompanhava, mantido guardado em um dos bolsos de seu fardamento. Segundo ele revelou, o conceito por trás das atitudes manifestadas tanto na selva fronteiriça quanto no país caribenho remete a honra e orgulho de ser um FE. Nesse sentido, na eventualidade de encontrar a morte, seja em que circunstância for, o operador, em atitude altiva e comprometida com os ideais de sua unidade, optará por perecer ostentando o gorro preto, símbolo indelével das Forças Especiais do EB. 
Conforme é possível notar no relato apresentado anteriormente, a simbologia do gorro preto vai muito além do conceito da caracterização/identidade militar. Para os ElmOpEsp do EB, trajar o gorro preto serve para distinguir uma classe de combatentes que valem-se da singularidade e excelência de suas habilidades, eventualmente colocando-se em situação de risco, não medindo esforços para alcançar os objetivos que lhes são atribuídos. 

Rodney Alfredo Pinto Lisboa.
Professor universitário, Pós-graduado em História Militar, Mestre em Estudos Marítimos (área de concentração: Segurança, Defesa e Estratégia Marítima). Sócio correspondente do IGHMB (Instituto de Geografia e História Militar do Brasil). Autor de diversos artigos sobre Operações Especiais, Guerra Irregular e Contraterrorismo.

http://fopesp.blogspot.com.br/

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Fases da consultoria

FASES DA CONSULTORIA

1ª FASE: CONTATO
  • Detectar o problema;
  • Avaliar se para o problema detectado é o profissional mais indicado;
  • Levantar a expectativas;
  • Assinar contrato formal.
2ª FASE: DIAGNÓSTICO
  • Visualizar o problema ; questões:
  • Que método serão usados ?
  • Que tipo de dados devem ser coletados?
  • Quanto tempo isso deve durar?
3ª FASE: AÇÃO
  • Envolver o cliente no processo;
  • Atentar à resistência;
  • Estabelecer os melhores passos de ação e mudanças.
4ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO
  • Colocar o planejamento em prática e revisar;
  • Responsabilidade da alta direção;
  • Avaliar o resultado com o cliente
5ª FASE: TERMINO
  • Avaliação final;
  • Decisão da extensão ou não a outros segmentos da organização;
  • Identificação de outro problema e um novo contrato
Diagnóstico
Levantamento de Informações para elaboração do Projeto e coleta de conteúdos para treinamentos e consultorias.
Segundo Brasiliano (1999)[1]  a melhor maneira de realizar um diagnóstico é colher as informações em campo, desta forma o consultor realmente irá saber o que está acontecendo. Ele ainda afirma que há três maneiras do consultor realizar a busca das informações:

Entrevistas : As entrevistas, geralmente nos níveis institucional, intermediário e operacional, têm por objetivo conhecer como as pessoas trabalham e enxergam as necessidades da empresa no que diz respeito a segurança.

Verificação  de documentos ; A verificação de documentos, tais como planos e norma s, tem por meta conhecer o que preconizam as condutas e qual é a política de segurança da empresa.

Trabalho de campo : Tem por finalidade comparar se o que está escrito e é falado realmente acontece na empresa. O ideal é que o diagnóstico possa ser realizado a partir destes três métodos, para  garantir que uma noção clara e abrangente de como se encontra a segurança. Conclui Brasiliano.  O diagnostico situacional  representa uma fotografia panorâmica da situação atual,  mostrando os pontos fortes e suas vulnerabilidades.

Lembre-se[2] “ Não venda o preço do produto – venda benefícios.........A regra é: primeiro fale todos os benefícios, somente depois dê o preço.”

* Siderley Andrade de Lima: É consultor de segurança patrimonial, pós graduando em Gerenciamento de Crises, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros:  “Manual Básico do Instrutor de Armamento  Tiro”, “ Sobrevivência Policial no Confronto Armado e “ Manual de Segurança Preventiva “, Manual de Consultoria em Segurança empresarial” e Patrulhamento Tático”
siderleyandrade@yahoo.com.br



[1] Brasiliano, Antomio Celso Ribeiro: Planejamento de Segurança Empresarial-Metodologia e Implantação, 1ª Ed. – Sicurezza: Cia das Artes, 1999

[2] Neves, Gilmar – como se tornar um vendedor de alto impacto/ São Paulo: Editora Lio, 2008

Consultoria em Segurança

Consultoria em segurança empresarial

*Siderley Lima

            Dentro do mercado de segurança privada no Brasil, muitos profissionais procuram cada vez atuarem como consultor de segurança, procuram ser independentes, querem ter autonomia, na segurança empresarial existe um nicho de oportunidades, entre elas está a consultoria .
            A consultoria de segurança é uma análise geral realizada pelo consultor, a partir da estrutura organizacional da empresa estudada, a fim de otimizar seus processos e modelos de gestão, quando necessário.
Segundo Roberto Costa (2007)[1] o gestor/consultor de segurança é o indivíduo que conduz as suas intervenções com base na inteligência empresarial. Analisa os problemas na sua origem, analisa alternativas e propõe soluções pontuais e com investimentos adequados aos riscos.
Esse profissional tem a capacidade de atualizar constantemente seus conhecimentos sobre a tecnologia disponível na gestão de segurança empresarial e patrimonial. Tem também a aptidão para a comunicação verbal com a finalidade de convencer o interlocutor, utilizando conversação articulada e lógica irrefutável, transmitindo segurança diante de uma argumentação contraditória. Também devem ser desenvolvidas capacidades de interação com criatividade e criticidade diante de contextos diferenciados sociais e organizacionais. Para atingir tais competências, o profissional necessita agregar diversas atitudes tais  como: liderança, respeito a opiniões divergentes, postura moral e ética, capacidade de trabalho em equipes multidisciplinares, espírito observador, humildade e perseverança.Conclui Roberto Zapotoczny.
O consultor de segurança empresarial  com base na inteligência estratégica, atua com agilidade e firmeza, capaz de planejar sistemas de segurança integrado, executar políticas estratégicas de proteção á continuidade dos negócios, analisa os problemas na sua origem, avalia alternativas e propõe soluções pontuais aos risco, ou aos pontos vulneráveis, elabora planos de segurança e contingências, faz analise de riscos, cria planejamento tático e técnico para o dia à dia da sua empresa,  orienta você e sua família prestando assessoria e consultoria   para a melhor solução mais viável na sua segurança pessoal. É responsável  ainda  pelos projetos de segurança dos shopping centers, condomínios verticais e horizontais, residências, empresas, aeroportos, teatros, escolas, industrias, hospitais, hotéis, estabelecimentos comerciais e tantas outras atividades.  O consultor de segurança tem um mercado que está em grande ebulição, mercado das pequenas, médias e grandes empresas de segurança privada, grandes empreendimentos, empresas com segurança orgânica e multinacionais.
            Segundo  Nino Meireles (2008)[2] O Gestor/consultor de segurança tem que ser um profissional altamente qualificado. Uma pessoa que gerencie de forma científica. Que saiba interagir a teoria com a pratica. Alguém que tenha as competências ( conhecimento, habilidade e comportamento) necessárias para ajudar a empresa a ser altamente competitiva.
Dentro da apresentação do consultor,  André de Pauli (2010)[3] faz um alerta “Aos que se apresentam errônea e perigosamente utilizando a expressão “dar consultoria”; assim comprometem a própria sobrevivência. O consultor de segurança é o profissional que presta ou fornece serviços de inteligência, por meio de consulta. Impiedosamente os consultores de segurança enfrentam uma concorrência desleal: as empresas de segurança, as quais “dão de graça” as soluções, das quais elas próprias obterão vantagens, no mínimo financeiras. Conclui André .
Segundo Aureo Almeida[4]  Existem vários tipos de consultores, os que se decidiram por não querer mais trabalhar em período integral pelas regras da CLT, que dependem de grande bagagem profissional e estudo contínuo para serem reconhecidos e receberem trabalho, o que também depende de ações de contatos via redes sociais e eventos específicos. Existem os consultores que são profissionais que estão passando por um momento de transição por terem perdido seus empregos fixos, e usam o título de consultor para conseguir exposição pessoal até conseguirem novos empregos, sendo que alguns acabam por manter esta posição por terem conseguido trabalho mais rápido do que um emprego. E infelizmente, também existem pessoas que não conseguem emprego, não possuem experiência profissional suficiente, não possuem clientes para dar referência pois não construíram estas relações de forma sólida, mas insistem em se apresentar como consultores e comprometer o setor de atuação e a visão geral da consultoria pelos tomadores de serviços, pela má qualidade de seus serviços e reputação duvidosa.
Aureo afirma ainda que todos têm direito ao sol, contudo construir uma carreira leva tempo e precisa de muita perseverança e retidão moral para se chegar a ter o que de mais valor poder conseguir, uma reputação de valor.
Esse profissional denominado consultor presta serviços de consultoria ( consulta) para pessoas interessadas no seu conhecimento para solucionar problemas ou para obter oportunidades de melhorias dentro do tema considerado.

Segundo Carlos Faria[5] “Deve ser um agente de mudança, pois a organização que o contratar tem o desejo de mudar algo, senão o seu trabalho não terá sentido prático. O consultor em qualquer especialidade carrega consigo alguns estigmas, portanto terá que enfrentar preconceitos por meio de sua postura ética, acima de tudo. Deve “ser” um consultor e não “estar” consultor, em razão de alguma contingência profissional”l.
Já dentro da atuação Teanes Silva[6]  afirma que “ o consultor deve atuar na otimização e customização dos recursos, buscando atingir os resultados esperados pela empresa. Para tanto, ele deve entender o negócio do seu cliente, aplicando os conhecimentos interdisciplinar e multidisciplinar, alinhados a sua experiência, adquiridos ao longo de sua carreira”.


* Siderley Andrade de Lima: É consultor de segurança patrimonial, pós graduando em Gerenciamento de Crises, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurança http://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros:  “Manual Básico do Instrutor de Armamento  Tiro”, “ Sobrevivência Policial no Confronto Armado e “ Manual de Segurança Preventiva “, Manual de Consultoria em Segurança empresarial” e Patrulhamento Tático”

siderleyandrade@yahoo.com.br



[1] Roberto Zapotoczny Costa ; consultor em Segurança, Graduado em Administração de Empresas, Pós- graduado em Política e Estratégia (USP), MBA em Gestão Empresarial (Universidade Anhembi Morumbi) e Mestre em Educação,; criou e coordenou o curso superior “Gestão de Segurança Empresarial e Patrimonial” e o curso “MBA Gestão Estratégica de Segurança Empresarial”, da Universidade Anhembi Morumbi Autor do livro: Gerenciamento de Crises em Segurança Empresarial e Seqüestros (2008).
[2]  Nino Ricardo Meireles, é consultor de Segurança Empresarial, palestrante especializado em Segurança e
professor universitário

[3] André de Pauli, consultor sênior  em segurança empresarial.
[4] Aureo Almeida, consultor de segurança, operador de inteligência.
[5] Carlos Faria – consultor de segurança

[6] Teanes Silva – Gestor de segurança empresarial, diretor pleno da ABSEG.