quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Balanço da criminalidade em SP

Informações referentes ao cenário da criminalidade em São Paulo
Atualizado em 15/11/2012. 

- Inicio da onda de ataques junho, porém se agravou nos últimos meses;

OCORRÊNCIA somente em 2012
QUANTIDADE
Morte de policiais
92
Tentativa de homicídio de policiais
101
Ônibus incendiados
28
Bases da PM atacadas
13
Boatos de toques de recolher
Em toda Grande SP
Número de homicídios somente nós últimos 02 meses
Já ultrapassa 200
Agentes penitenciários
02

 

OCORRÊNCIAS COM GUARDAS MUNICIPAIS
DATA
Em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, uma base da Guarda Civil Municipal foi atacada a tiros.
02/07
O Posto da Guarda Municipal do bairro Pauliceia, em Piracicaba (SP), foi alvo de um atentado
03/07
Viatura da GCM de Taboão da Serra alvejada
06/07
GCM de Praia Grande Morto
02/08
Base da GCM de Campinas é atacada com bomba caseira
28/09
GCM de Diadema tem sua residência invadida por dois integrantes com uma pistola 380 e picharam as paredes com a sigla PCC 1533
28/10
Base da Guarda Metropolitana  é alvo de tiros
21/10
Base da GCM de Guarulhos é alvo de disparos.
29/10
GCM de Cotia leva tiro de raspão na cabeça
08/11
Uma viatura da GCM de Cotia com dois agentes iniciou uma
Troca de tiros depois que criminosos atiraram na viatura
07/11
Homem invade base da GCM de Taboão da Serra é morto
11/11
Agente da GCM de Piracicaba leva um tiro na  testa e nas costas
Em suposto assalto
09/11
Suspeito de tentar incendiar uma viatura da GCM de SP é preso
11/11
GCM de Itapevi é atacado por indivíduos que deram disparos
 de espingarda cal 12, o mesmo não foi atingido
10/11
Base da GCM de Leme sofre tentativa de incêndio
15/11

 Sem contar os fatos que não são registrados ou não entram nas estatísticas da secretária de segurança pública de SP, ou ainda ocorrem no interior e não são divulgados. 

·         O sistema de monitoramento de crises do governo federal aumentou o alerta para São Paulo por causa das ações recentes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Um relatório especial feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que abastece o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ligado à Presidência da República, mostra que a situação, ruim há alguns meses, tende a se agravar em razão da resposta do grupo às ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar; 

   Segue trechos da reportagem que foi ao ar dia 11/11 no Fantástico:

Segundo documentos obtidos com exclusividade pelo Fantástico, a Secretaria de Segurança de São Paulo foi avisada – há três meses – de que uma onda de violência estava para acontecer. São relatórios das Policias Civil e Federal, e também do Ministério Público Estadual.

Um deles, do centro de inteligência da Polícia Civil, registra uma conversa telefônica entre bandidos do interior paulista. A quadrilha dá ordens para a morte de PMs.

O documento, “reservado”, é de 16 de agosto. No mesmo dia, a mesma mensagem é interceptada pelo ministério público estadual – agora transmitida por outros bandidos do grupo.

“O Ministério Público obteve numa interceptação telefônica judicialmente decretada essa informação e adotou todas as providências, comunicando inclusive para as polícias”, afirma Márcio Elias Rosa, procurador-geral de justiça de São Paulo.

Seis dias depois, em 22 de agosto, o alerta foi da Polícia Federal. O aviso: “urgentíssimo”. Uma delegada relata as ameaças feita pela quadrilha. Em nota, a PF diz ter repassado a mensagem para os órgãos interessados.

A partir de 16 de agosto , quando a ordem dos bandidos foi interceptada, 36 policiais foram mortos. O numero de homicídios na cidade de São Paulo também disparou: chegou a 135 em setembro, quase o dobro do mesmo mês no ano passado.

A equipe do Fantástico procurou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O delegado-geral do estado, Marcos Carneiro Lima, afirmou que não foi alertado nem pelo Ministério Público nem pela Polícia Federal sobre os ataques: “Oficialmente nós não temos essa informação”.
 

OBS: O levantamento foi feito com base em notícias publicadas na imprensa. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não está contabilizando os números da onda de violência.
 
Elaborado por : Siderley Lima, consultor de segurança.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Criminalidade em SP - " Guerra declarada"


         Até o dia 26 de outubro de 2012 o estado de São Paulo registrou: 86 PMs mortos em horário de folga; 03 PMs mortos em serviço; um policial civil morto; 01 GCM morto de folga ( GCM de Praia Grande );95 policiais foram vítimas de tentativa de homicídio; 01 (uma) tentativa de homicídio GCM de Cotia;01 carro incendiado;17 ônibus incendiados; 11 bases da PM foram alvejadas; 03 Bases da GCM atacadas; Um viatura da GCM de Taboão foi atingida por disparos; integrantes do PCC morreram em confronto com a ROTA, boatos de toques de recolher em algumas cidades. Sem contar os fatos que não são registrados ou não entram nas estatísticas da secretária de segurança pública de SP. 

 Se em cada estado existe um problema relacionado com a segurança, em São Paulo o “ calcanhar de Aquiles ” é o PCC, que na maioria das vezes nossos governantes declaram que não existe. Porem segundo reportagem do Jornal Estado de SP “O sistema de monitoramento de crises do governo federal aumentou o alerta para São Paulo por causa das ações recentes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Um relatório especial feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que abastece o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ligado à Presidência da República, mostra que a situação, ruim há alguns meses, tende a se agravar em razão da resposta do grupo às ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.”

As informações da Abin são de que o PCC se armou e se expandiu nos últimos anos. Apesar de concentrar as ações em São Paulo, ele teria associações com criminosos em diversos Estados, especialmente nas fronteiras com o Paraguai e a Bolívia. Enquanto isso no Palácio dos Bandeirantes o governador de São Paulo declara que tudo está sob controle e que não está acontecendo nada.

Pesquisando sobre o assunto, encontrei um artigo no Blog Segurança Pública Municipal interessante, segue algumas frases do texto:


"Se a sociedade se cala, não se mobiliza, é porque consente.................Porém, se os policiais se mobilizarem e fizerem greve, eles, policiais, serão condenados porque deixou a sociedade á mercê de bandidos.......Que tal não deixarmos chegar a esse ponto? Que tal a sociedade, as redes sociais começarem a se mobilizar exigindo atitude das autoridades para que a vida daqueles que zelam pela nossa vida seja preservada.

 

Se grupos de policiais se unem para “fazer justiça com as próprias mãos” a sociedade é contra. Se não faz nada é omissa e corrupta. A população reclama porque acha que é muito fácil manter a ordem pública na cidade. Mal sabe que, enquanto o jantar está sendo servido na família, na frente da televisão, no conforto do lar, do outro lado, no submundo, muito sangue está correndo, o nosso e o dos marginais. O serviço policial é a barreira que separa a sociedade e o submundo do crime.

O problema segundo o blog não está com a marginalidade, com os bandidos. Bandido é bandido!O problema está com as autoridades, com a falta de estratégias e de políticas de priorização e valorização da vida dos profissionais policiais. O problema está na omissão da sociedade em exigir e se assumir o compromisso de dar condições dignas de trabalho para aqueles que zelam diuturnamente pela nossa segurança, segurança de nossas famílias, segurança de nosso patrimônio.”

Como base no texto a seguir,  apresento alguns dos problemas relacionados com a segurança pública, o texto foi publicado há oito anos, o interessante é que parece tal atual, tirem suas conclusões."  O congresso diz que os Governadores precisam exercer sua autoridade para fazer as polícias Militar e Civil trabalharem em parceria. Governadores dizem que a criminalidade cairá se os grandes bandidos forem isolados em prisões mantidas pelo governo Federal. O governo federal diz que não pode administrar prisões porque o congresso não aprova lei nesse sentido. O congresso Nacional diz que o governo Federal não mobiliza sua bancada para tratar do assunto. O governo federal afirma que a responsabilidade maior é dos Governadores,  pois são eles que têm a policia. Os governadores dizem que a policia deles prende, mas a Justiça solta. A Justiça alega que cumpre a lei . O Congresso diz que as leis não atrapalham tanto, o que faz a Justiça lenta é a má administração e a improdutividade. A Justiça diz que não é lenta, o que falta é contratar mais juízes. O governo Federal diz que a Justiça tem funcionários demais e alega que boa parte do seu tempo é gasta refazendo  o trabalho da policia. " Revista Veja, em 30 de janeiro de 2002.

          Infelizmente uma das características que serve de ingrediente nas estruturas criminosas é a corrupção, seja ela através do judiciário ( venda de sentenças), corrupção de policias, patrocínios de campanhas políticas. O crime organizado possui conexões e ligações social, econômica e política, desta forma realização a lavagem de dinheiro tornando suas praticas mais difíceis de combatê-las.

        Sabemos que a avanço da criminalidade são os vazios deixados pelo Estado, as facções criminosas prosperam e avançam devido as brechas abertas pela corrupção e pela desproteção policial. Enquanto as policias Civis, Militares e atualmente as Guardas Civis estiverem atuando separadas gerando “rivalidades”, enquanto tivermos políticos interessados somente no seu bem estar e uma sociedade civil achando que não faz parte do problema, o crime se une e torna-se organizado ficando mais fácil sua atuação.

Se os agentes de segurança estão perdendo a vida, imagine a cidadão comum, não podemos fechar os olhos e achar que o problema não é nosso, a sociedade está perdendo os valores éticos e morais, o que é certo passa a ser errado e o errado é o certo, como escreveu Rui Barbosa “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

 

Siderley Lima, consultor de segurança.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

100% Segurança é utopia

             A violência urbana é um acontecimento que acompanha o crescimento populacional das grandes cidades, capitais ou metrópoles, tem sido um assunto frequente nos noticiários disputando espaço com a política ou esporte. Diante do quadro atual é preciso ter consciência de que a criminalidade existe e acreditar que a qualquer momento você pode ser a próxima vítima.
   Se aparecer alguma pessoa ou profissional de segurança e garantir que você ou o seu patrimônio está protegido 100% é melhor desconfiar, pois dentro do s estudos e planejamentos voltados a segurança, podemos afirmar que segurança 100% é uma utopia.
Dentro das medidas preventivas implantadas a segurança é um conjunto de medidas e procedimentos aliados aos investimentos em tecnologia e por fim o fator humano que é crucial. Todos os fatores mencionados juntos garantem uma segurança maior.É necessário que cada pessoa possua a real consciência da situação atual no que refere-se a criminalidade, adotando assim, uma cultura e conscientização de segurança preventiva e contribuindo para a redução das chances de você ou seu patrimônio ser alvo dos criminosos. Lembre-se o bandido quer facilidade e não dificuldade.
*Siderley Andrade de Lima, consultor de segurança , membro da ABSEG (associação brasileira dos profissionais de segurança, colaborador do CONSEG Alphaville/Tamboré e articulista do DicaSeg.com

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ROUBO DE CARGAS


             O roubo de cargas tem figurado entre os crimes que mais crescem no país, Este tipo de crime tem sido praticado principalmente por quadrilhas especializadas, que utilizam no seu modus-operandi  toda uma logística envolvendo a parte operacional, utilização de equipamentos e armas modernas, estratégias de abordagem e principalmente uma rede de receptadores que infelizmente sustentam o crime. Os criminosos não se limitam a assaltantes que interceptam caminhões nas estradas, o roubo de cargas é mais complexo e engenhoso.
            Hoje a maioria dos roubos, já são cargas encomendas, ou seja, antes dos criminosos agirem, já se sabe quem será receptador que realizou o pedido, o crime se tornou uma rede de negócios, implantando uma estrutura que envolve executivos e empresários em busca de mercadorias valiosas.  
           A cada dia surgem soluções que ajudam na segurança da carga e ao motorista e ganhos reais em toda a operação logística, hoje os seguros estão cada vez mais exigentes, as empresas foram obrigadas a adotar medidas para garantir mais segurança para o seu negocio.
         Muitas empresas estão adotando o gerenciamento de riscos que visam reduzir o índice de roubos, as medidas de segurança são a utilizando  de tecnologia de rastreamento via satélite, escolta armada , rastreamento com todos os sistemas, incluindo sensores de porta, sensor de baú, sinais do rastreador enviados de dois em dois minutos, consulta dos dados do motorista, do proprietário do caminhão, dados da carreta/caminhão e cavalo, certificando-se de que ambos são idôneos, etc.  
         As conseqüências deste crime atingem a todos, o impacto econômico reflete nos custos empresarias, gerando principalmente aumento de preços que são repassados ao consumidor, ou seja, mais uma vez como nos demais crimes, quem acaba sendo atingido é o cidadão comum. 

Siderley A. de Lima, Consultor de segurança pessoal, profissional de segurança pública, é membro da ABSEG ( Associação Brasileira dos profissionais de segurança), colaborador do Conseg Alphaville/Tamboré e foi militar graduado do Exército .
siderleyandrade@yahoo.com.br 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

INVESTIGAÇÃO EMPRESARIAL

CONTRAINTELIGÊNCIA: A INVESTIGAÇÃO DA MÁ INTENÇÃO


Muitos delitos corporativos são cometidos intencionalmente por funcionários predispostos, mas que acabam sendo justificados como erros administrativos não intencionais. Esta situação se dá por falta de provas e consequente falta de convicção dos superiores imediatos, por entenderem que o processo não é perfeito ou por não apresentar os controles necessários à identificação direta do agente agressor. A contrainteligência deve por princípio evitar que as ações de inteligência do agressor tenham êxito. Contudo, devemos considerar que a investigação corporativa é uma ferramenta crucial e essencial para a intimidação dos agentes agressores quando praticada com eficácia. A mensagem é clara, “se você conseguir nós vamos te descobrir”. Mas a simples descoberta do esquema delituoso praticado pode não ser suficiente para uma acusação formal por parte da empresa. A abertura do inquérito administrativo pode encrudescer o comportamento cooperativo esperado do mesmo, por entendermos que o agressor sempre tenderá a manter a esperança de um acordo informal. A simples menção da abertura do inquérito administrativo pode sinalizar ao agressor que não há convicção do fato pela empresa, e que, até o momento, no máximo, ele é considerado suspeito. Mesmo que não seja o caso, a mentalidade de autopreservação das pessoas é muito mais efetiva quando este nutre em si próprio a esperança ou a presunção de que é mais esperto que os outros. É comum que pessoas entrevistadas informalmente tendam a tentar manipular o entrevistador para induzi-lo a erro, enquanto que entrevistados intimados se fechem e não passem informações ou indícios de comportamentos que possam ser utilizados contra eles. A qualidade investigativa, enquanto coletando dados e analisando documentos e informações sobre o fato delituoso conhecido, é que fará diferença na fase das entrevistas com os suspeitos. Se o entrevistador não conseguir um mínimo de indício comportamental ou regimental, incoerente ou indesejável nas funções, atribuições e ações do suspeito para que possa confrontá-lo, este, não conseguirá demover as falsas forças morais do suspeito, de forma a poder demonstrar que ele possa ter cometido o delito investigado. Deste ponto para frente, todas as possíveis dúvidas tomam outro contorno e peso durante a pressão inerente da entrevista sobre o possível agressor. “Jogar verde para colher maduro” não é uma boa opção se não tivermos obtido subsídios suficientes para elaborarmos um questionário inicial que transmita sublimirnamente ao entrevistado que ele pode sim estar encrencado, sem, contudo, fazermos uma acusação direta. Pois, devemos ter sempre em mente que os tempos de ignorância legal e ingenuidade acabou há muito tempo. Cada vez mais, fico perplexo com a capacidade do ser humano em dissimular suas ações delituosas e suas intenções de má fé. Os dissimulados costumam se vestir de máscaras falsas de indignação, perseguição, desconhecimento, indiferença, repúdio, e tudo mais que possa colocá-los na lista dos colaboradores fiéis e insuspeitos. A dificuldade em provarmos que o indivíduo tinha motivação para tanto, ou que circunstancialmente o mesmo poderia ter sido o autor da agressão, está no fato de não conseguirmos provar a suposta vantagem em cometê-lo. Bens materiais e ganhos financeiros falam por si próprios, mas mesmo assim, muitas vezes não são conectados diretamente aos agressores. Então, o que dizer de motivos fúteis como vingança e compensação moral de qualquer ordem? É muito difícil comprovarmos que um antigo funcionário lesou a empresa porque se sentiu traído por não receber uma promoção, por exemplo. Independentemente do tipo da agressão, é sempre importante considerarmos as circunstâncias que o mesmo ocorreu, ou que características são mais marcantes no ambiente corporativo, naquele momento. Isto se deve à necessidade de entendimento das reais possibilidades da agressão ter sido cometida somente por pessoal interno; por pessoal interno em conluio com externo ou só externo. Considero crucial para desvendar um caso complexo, onde os controles são fracos e o fato demorado para ser identificado, formar convicção imediata sobre a realidade moral do ambiente interno e das relações pessoais, bem como, das políticas corporativas e a percepção de todos os públicos sobre as mesmas. Nestes casos, os detalhes mínimos podem ser substantivos para a solução do problema. Se não levarem diretamente ao principal suspeito, podem, de fato, contribuir para a convicção da capacidade moral dos indivíduos em encobrir seus rastros e nos instruir em como coletar as informações mais sensíveis e fazer a correta abordagem aos mesmos. Tenho constatado que invariavelmente os agressores são cada vez mais jovens, mais confiantes e mais agressivos em suas ações, demonstrando que a falta de comprometimento e moralidade é total. Em consequência, este perfil também tem se mostrado mais fácil de ser identificado como potencialmente agressor. E assim sendo, também surpreende por não ter sido identificado durante a entrevista de seleção. Será que as empresas estão cada vez mais abaixando o perfil salarial e contratando, ou permitindo que seus prestadores de serviços contratem estes indivíduos, sabendo dos riscos a que estarão expostos? Costumo dizer que o Brasil é o país dos extremos, se numa hora pode tudo, na outra não pode nada. As medidas preventivas ou corretivas costumam ser implantadas com todo zelo e correção, mas depois de algum tempo, se nada ruim aconteceu, as medidas se tornam mais fracas ou menos frequentes. Depois aparece um “mágico” de plantão, normalmente um colaborador influente, mas sem experiência no assunto, querendo enfrentar o mundo para implantar uma solução caseira, sem precedentes e, sem razão de ser. A contrainteligência para ter lugar nas empresas, precisa antes de tudo ser produto de uma incubação prévia da área de inteligência. Algumas delas já estão permitindo que ideias novas, além das paredes do planejamento estratégico e da inteligência competitiva tomem impulso e forma própria. Espero estar contribuindo para motivar estas iniciativas e vermos novas luzes!

Aureo Miraglia , diretor da Poliguard.

Guerra sem fim

As organizações criminosas no Brasil cada dia se tornam mais presentes no nosso dia a dia, não podemos fechar os olhos, o problema é real, as quadrilhas estão cada vez mais especializadas, podemos ver isso no contrabando, o tráfico de drogas, o roubo de cargas, o tráfico de armas, assaltos a bancos, o tráfico e exploração de crianças e mulheres, os jogos ilegais, o furto e receptação de veículos,etc. Os crimes variam de acordo com a necessidade e objetivos.
         Dentro da situação atual que se encontra a segurança pública acompanhamos um cotidiano de impunidade, corrupção, criminalidade crescendo assustadoramente, roubo em bares e restaurantes, arrastões em condomínios, roubo em relojoarias, etc. Diante dos fatos algo é certo, existe uma grande distância entre a criminalidade real e a registrada nos órgãos competentes.
            Em uma sociedade adoecida, devido ao crescimento da violência, no qual os problemas da criminalidade reúnem diversos fatores sendo eles: psicológicos, sociais, econômicos, políticos e culturais, depositamos todos os problemas na atividade policial, rara as vezes que houve uma intervenção de suas origens, capaz de desenvolver um trabalho visando o desenvolvimento de uma cidade que melhore condições de segurança para a população.    
Infelizmente uma das características que serve de ingrediente nas estruturas criminosas é a corrupção, seja ela através do judiciário ( venda de sentenças), corrupção de policias, patrocínios de campanhas políticas, envolvimento de políticos com esquemas de desvio de verbas. O crime organizado possui conexões e ligações social, econômica e política, desta forma realizam a lavagem de dinheiro tornando suas praticas mais difíceis de combatê-las.  
No combate a criminalidade, dentro das políticas de redução o trabalho de policiamento é considerado linha de frente, é semelhante a infantaria no campo de batalha,   atividade policial seja ela exercida pelas policias civis, militares e pelas GCMs é vista na maioria das vezes como um mal necessário, é criticada por muitos e reconhecida por poucos, o erro é duramente criticado, os acertos muitas vezes não são lembrados. Dentro de todo o cenário uma verdade é certa, trabalho policial anda lado a lado  com o êxito e o fracasso, segundo o policial federal Humberto Wendling   dentro deste trabalho existe algumas certezas : “que ele é o único ser humano disposto a trazer segurança e paz nessa guerra sem fim contra os criminosos; e que ele pode morrer, ser preso e perder o emprego tentando fazer isso.   
  
Siderley Andrade de Lima, consultor de segurança

sábado, 5 de maio de 2012

Cenário atual para a Copa do Mundo

Você gestor de segurança está preparado?

Devido ao novo contexto e cenário, a transformação no qual estamos acompanhando é impossível comparar a 1ª vez em que o Brasil organizou a Copa do Mundo e nos dias atuais. O crescimento econômico do país, as transformações, a cultura, costumes, enfim o cenário é completamente diferente, já se passaram 60 anos, os desafios agora são outros muito maiores entre eles estão : Investimentos em infra-estrutura e construção dos estádios;investimento em infra-estrutura urbana; rede de hotelaria; geração de empregos diretos e indiretos; Oportunidades para desenvolvimento de novos negócios.
Dentro do desenvolvimento de novos negócios, podemos destacar o segmento de segurança privada, com toda a certeza terá muito trabalho, a segurança durante o evento será de responsabilidade da esfera federal, estadual e municipal, porém em muitas ocasiões como, por exemplo, durante as partidas, a segurança pública será integrada com a privada. E como ficaria depois das partidas, durante todos os dias, por exemplo, a escolta de executivos? No hotel? Nos deslocamentos? Trabalho que não é de responsabilidade das autoridades, é então que entra o papel do profissional de segurança privada, neste contexto ficam as perguntas: Será que o gestor de segurança está preparado? Ou melhor, será que está se preparando?
Da mesma maneira que algumas cidades nem se quer começaram a se preparar, assim também tem sido com a maioria dos profissionais de segurança que estão inertes. Temos uma grande oportunidade de provar que a segurança privada também pode contribuir para a segurança de todos, sendo uma extensão da segurança pública.
O desenvolvimento das atividades relacionadas com a segurança na Copa do mundo terá uma parcela enorme de responsabilidade dos gestores de segurança, nosso trabalho irá começar depois dos limites da segurança pública. Em especial a área de hotelaria será um foco que deve ter um planejamento do gestor, outra área será a de escolta de executivos até os jogos, por sua vez alguns locais como bares, restaurantes nas proximidades dos estádios e também dos hotéis terão um aumento na movimentação de clientes, sendo assim mais trabalho para o gestor.
Segundo profº Celso Brasiliano (2008) “A grande importância da construção de cenários para a segurança empresarial é a tentativa da antecipação. Temos que possuir condições de construir os nossos cenários mais provável, o de tendência e o ideal. Para a área da segurança há a necessidade de exercitar visando prospectar. Quando houver uma formalização da construção de cenários, a área de segurança terá plena condição de poder monitorar as probabilidades, tanto boas como ruins, dos inúmeros fatos portadores de futuro e suas conseqüências. A partir daí o nosso setor poderá antecipar situações desfavoráveis e traçar estratégias consistentes preventivas”. Conclui o Brasiliano.

Dentro deste cenário o gestor deverá atuar de forma estratégica com uma visão ampla, dentro de todo o período que se estende todas as atividades da Copa do mundo, será novidade para muitos, problemas com trânsito, aeroportos, hotéis, restaurantes , etc. Além de se preocupar com a criminalidade comum e também o risco de atentados de terrorismo.
Temos que nos preparar, falar outro idioma será um diferencial, se antes da Copa já era fundamental, muito mais é agora a aqueles que irão trabalhar diretamente é obrigatório. Outra questão é buscar especialização em segurança hoteleira, nós gestores conhecemos muito a organização de uma empresa, mas o ambiente em um hotel o principal foco é o hospede. Ou seja, é completamente diferente, conhecer a cultura organizacional da rede hoteleira é fundamental, bem como conhecimentos em segurança em eventos.

Siderley Andrade de Lima, consultor de segurança patrimonial, proprietário da CS3 Consultoria em Segurança Patrimonial, graduando no curso de Gestão em Segurança Privada/UNIP.
siderleyandrade@yahoo.com.br

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

GERENCIANDO PROJETOS

GERENCIANDO PROJETOS

Um projeto é um conjunto de atividades inter-relacionadas que, normalmente, envolve um grupo de pessoas trabalhando juntas em uma tarefa contínua, por um período definido, normalmente de um a dezoito meses.  O ciclo de vida de um projeto típico se compõe de quatro fases: planejamento, alocação, implementação e encerramento.
As tarefas e as atividades principais de cada fase têm uma certa quantidade de superposição. Por exemplo, a fase de planejamento frequentemente começa com valores estimados para o orçamento e com uma data prevista de conclusão do projeto. Se o gestor entrar na fase de alocação e começar a preencher o plano do projeto, ele vai querer alterar essas estimativas de orçamento e programação com valores muito mais específicos.

PLANEJAMENTO

O primeiro passo é descobrir o projeto real. Algumas perguntas podem ajudar o gestor a descobrir o núcleo do projeto:

  • Qual a necessidade real ou o propósito do que estamos tentando fazer?
  • O que levou as pessoas a achar que isso era um problema que exigia uma solução?
  • Quem tem interesse na solução ou no resultado?
  • Quais são as diferenças entre as diversas metas das partes interessadas no projeto?
  • Que critérios serão usados para que este projeto possa ser considerado um sucesso?

O segundo passo é a identificação dos stakeholders (partes interessadas). Um stakeholder é qualquer pessoa que tenha direitos ou interesses no resultado do projeto. Colaboradores, clientes, gerentes, acionistas, todos são stakeholders. Eles são as pessoas que julgarão o sucesso ou o fracasso do projeto.
Assim que o gestor tiver identificado os stakeholders, ele deve solicitar dos mesmos que definam com exatidão o que significa para eles o sucesso do projeto. Ao descobrir o que cada um dos stakeholders considera como sucesso do projeto, o gestor deve ter cuidado para não se comprometer demais. 
O terceiro passo é o estabelecimento dos objetivos. O sucesso do projeto dependerá de até que ponto o gestor conseguirá atingir seus objetivos. Quanto mais explícitos forem os objetivos no início, tanto menos discordância haverá no final quanto a se eles foram atingidos. No entanto, na fase de planejamento muita coisa está ainda em andamento. Devemos revisar os objetivos à medida que colhemos informações a respeito do que precisa alcançar.
É fundamental que o gestor mantenha os stakeholders informados sobre qualquer mudança nos objetivos do projeto, além de informar-lhes quais serão as conseqüências dessas mudanças, em termos de tempo, custo e qualidade. 

ALOCAÇÃO

Tem início com uma avaliação das habilidades que o projeto requer. Essa avaliação é resultado direto da estruturação de divisão do trabalho feita no planejamento. Em função desta avaliação, talvez a equipe não tenha algumas dessas habilidades. Assim sendo, talvez seja necessário recrutar as pessoas que as têm.
Com a equipe formada, analisar o plano com eles, com a maior riqueza de detalhes possível. É importante fazer todos falarem sobre suas habilidades e permitir que o grupo atribua tarefas.
Após a formação da equipe, é preciso fazer a programação. Programar é o problema clássico de todos os projetos e também o tipo de problema que todo gestor tem de estar apto a resolver.
Os dois métodos geralmente utilizados para elaborar projetos, gráficos de Gantt e fluxogramas, são projetados para seguir o Método do Caminho Crítico (Critical Path Method – CPM) ou a técnica de Avaliação e Revisão de Desempenho (Performance Evaluation and Review Technique – PERT).  
Outro ponto importante é a elaboração do orçamento. O orçamento não é apenas uma lista de todos os custos para executar o projeto, mas é também uma demonstração de que os benefícios do projeto justificam seus custos. Para levantar os custos de um projeto, é necessário subdividi-lo nas seguintes categorias: pessoal, viagem, treinamento, suprimentos, espaço, pesquisa e qualidade.

IMPLEMENTAÇÃO

À medida que o projeto avança, o gestor poderá se ver pressionado a mudar seu custo, prazo e objetivo. A mudança não deve ser necessariamente abraçada ou rejeitada, mas deve ser reconhecida, e então ser acomodada ou evitada, dependendo do que for melhor para o projeto. O gestor deve certificar-se de que, quando as partes interessadas solicitarem alguma mudança no projeto, elas sejam informadas de como elas aumentarão o custo, o prazo e/ou qualidade.
É importante que exista um sistema para monitorar e controlar o projeto. Qualquer sistema de controle deve ser capaz de: focar no que é importante, permitir ação corretiva e enfatizar respostas a tempo.

ENCERRAMENTO

A fase final no ciclo de vida de um projeto é a fase de encerramento, na qual é finalizado o trabalho e avaliado o projeto. Será vantajoso que os membros da equipe exponham seus questionamentos, a fim de que possam usufruir os benefícios das lições aprendidas.

Sucesso.!

Nino Ricardo Meireles
ninomeireles@nrm.pro.br
 
Nino Ricardo Meireles, é consultor de Segurança Empresarial, palestrante especializado em Segurança e professor universitário.